Os primeiros estudos de genoma que utilizaram de
procedimentos de sequenciamento foram feitos na década de 1970. Desde essa
época foram desenvolvidas técnicas de sequenciamento cada vez mais eficientes,
facilitando o sequenciamento de milhares de espécies.
Em 1990 foi iniciado o Projeto Genoma Humano , que tinha como objetivo criar mapas de alta
resolução e sequenciar todo o DNA do genoma humano a fim de depositar as
informações obtidas em banco de dados . A partir do aperfeiçoamento de técnicas
moleculares a curiosidade em analisar outras espécies deu início a “Era das
Ômicas”.
O bioquímico Norman R. Pace e sua equipe utilizaram da
técnica de PCR para explorar a diversidade encontrada nas sequências de RNA
ribossômico em 1985. A partir de seu estudo Pace propôs a clonagem de DNA
diretamente das amostras retiradas do ambiente de interesse. Graças a isso em
1991, Pace e seus colaboradores na Universidade de Indiana isolaram e clonaram
DNA a partir de uma amostra ambiental. Essa época foi muito importante para a
metagenômica pois Pace fez importantes observações com base na morfologia
microbiana e na diversidade, provando que era a diversidade era muito mais
complexa do que era conhecido apenas por métodos de cultivo. Logo após as
pesquisas de Pace, Healy relatou o isolamento de genes metagenômicos
funcionais, chamados “zoolibraries”, isolados a partir de uma cultura complexa
de organismos encontrados no ambiente e cultivados em laboratório.
O terno metagenoma foi descrito pela primeira vez por Jo
Handelsman, da Universidade de Wisconsin (EUA) em 1998, a partir da necessidade
de conhecimento do metabolismo de microrganismos desconhecidos no solo. Já que
a maioria dos microrganismos do solo nunca havia sido isolada nem cultivada
acreditou-se que esse ambiente deveria constituir a maior fonte de recursos
ainda desconhecidos para diversas áreas de pesquisa.
Em 2002 Mya Breitbart, Floresta Rohwer e colaboradores
utilizaram do “environmental shotgun sequencing” e com essa análise mostraram
que em 200 litros de água do mar existem mais de 5000 espécies de vírus. Outro
estudo interessante realizado após o
estudo de Mya Breitbart, é o qual mostrou que existem mais de mil espécies
virais em fezes humanas.
A área da
metagenômica é recente e
ficou em evidência quando o famoso pesquisador John Craig Venter ,em seu veleiro Sorcerer no mar de Sargaços , realizou coletas
importantes com o
objetivo de mostrar comunidades bacterianas presentes no mar de Sargaços que abriram as portas e demonstraram as enormes
potencialidades dos estudos da assim chamada genômica ambiental. Após a coleta de amostras do
ambiente de interesse, John Craig Venter extraiu o DNA(e RNA) das amostras, e
após purificação e clonagem ,as amostras foram sequenciadas. Esse método de
análise é utilizado até hoje.
Desde então as pesquisas nessa área se intensificaram cada
vez mais devido ao grande potencial de estudo que as diversas espécies de
microrganismos possuem. Nos anos 2000, através dos métodos da Bioinformática, e
principalmente o desenvolvimento de pipelines, que realizam análises
multivariadas dos dados, o trabalho na metagenômica foi facilitado pois tornou
possível correlacionar determinado grupo bacteriano a características
ambientais (como pH, temperatura, umidade e etc).
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